* Quais competências precisam ser inerentes a esse profissional?
* O trabalho desenvolvido pelo professor de Língua Portuguesa pode ser fator que contribui para a inclusão ou exclusão social. Como o grupo percebe essa afirmação?
A última questão motivou a leitura do trecho do livro Rememórias Dois de Carmo Bernardes retirado do livro Educação em língua materna da professora Stella Maris Bortoni-Ricardo, que nos levou à reflexão do que é preconceito lingüístico e do papel da escola como fator de inclusão ou de exclusão social.
PRECONCEITO LINGÜÍSTICO
Com uma dinâmica de grupo, a trurma foi dividida em trios que receberam fichas com um dos mitos retratados no livro Preconceito Lingüístico de Marcos Bagno para discussão e debate. Após a explanação dos grupos, muitos cursistas se descobriram como portadores de alguns daqueles preconceitos e acredito que muitos se desfizeram daqueles mitos. Foi um momento importante de quebra de paradigmas e de preparação e abertura para outras temáticas do curso como: variedade lingüística, estigma e prestígio social, mudança lingüística e a questão do "erro".
VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA
Os temas variedade lingüística, estigma e prestígio social foram trabalhados a partir de uma leitura dialógica entre a música Asa Branca e o poema de Oswald de Andrade, Vício na fala. Após a interpretação e compreensão dos textos, observamos as variações encontradas nos dois textos e percebemos pontos comuns. Assim, identificamos os casos de lambdacismo, rotacismo e concordância não padrão como variações da língua e que são elas as mantenedoras e construtoras da língua.
O LIVRO DIDÁTICO
O livro didático é o recurso mais utilizado pelo professor de língua portuguesa, por isso a escolha dessa ferramenta foi tema de um de nossos encontros. Refletimos sobre como se deu a escolha dos livros de cada escola representada pelos professores cursistas e concluímos que, na maioria, ela se deu sem muita sistematização e sem muita análise. Então, estudamos os critérios utilizados pelo MEC na seleção de livros didáticos e fizemos uma avaliação de alguns exemplares dos livros escolhidos pelas escolas. Após esse estudo, muitos cursistas repensaram a sua postura no momento de escolha dos livros didáticos e se mostraram mais preparados para as próximas seleções. Os princípios gerais do PNLD 2008 foram retirados do portal do MEC:
http://portal.mec.gov.br/seb/index.php?option=content&task=view&id=500&Itemid=484
TEXTO, LINGUAGEM E INTERAÇÃO
Construindo textos: coesão, coerência, contexto...
LITERATURA DE CORDEL
Hoje nosso encontro foi muito proveitoso
Aprendemos mais um pouco
Sobre a literatura que vem do povoÉ fácil deixar de ser preconceituoso
Para o estudo de português ficar mais prazerosoCom a literatura de cordel tudo é mais gostoso.
ORTOGRAFIA
O encontro de hoje com os cursistas foi muito interessante, pois levou à reflexão de práticas, de fato reais, dos professores de português. O tema da discussão girou em torno de questões de ortografia, visto que estudávamos as dificuldades ortográficas subdividindo-as em relações regulares, regulares contextuais, regulares morfológicas e irregulares e as possíveis estratégias do professor diante de tais ocorrências. Percebemos com as atividades desenvolvidas que as regras ortográficas podem ser trabalhadas de forma que o aluno as internalize e as compreenda, quando regulares, e as memorize, quando irregulares, como sugere Artur Gomes de Morais. Então, levantamos uma questão que inquietou alguns: Ao verificarmos nas produções dos alunos essas dificuldades, muitas delas não esperadas para os anos finais do ensino fundamental, paramos o andamento dos conteúdos propostos para a série a fim de trabalhamos essas defasagens ou seguimos e deixamos que os alunos percebam esses problemas no decorrer do processo? A maioria concordou que não podemos avançar se percebermos essas dificuldades, afinal, quando avaliamos, o fazemos para verificar se houve ou não aprendizagem e, se ela não ocorreu, devemos fomentá-la.